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A cola" que nos envergonha"


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O Diretor-Presidente da Rede Salesiana de Escola alerta A 'cola' que nos envergonha A notícia de suposto vazamento da prova do ENEM que seria realizada no início de outubro é constrangedora para todo educador. Primeiro pela obviedade de ver o exame que tem no seu cerne o maior valor de uma nação, a educação, colocado nas páginas policiais e de investigação em toda a mídia do País. A ação do MEC foi precisa e imediata, e a nossa sorte foi a de que esse vazamento tenha caído em mãos não tão preparadas. Mas o fato, em si, nos abre alguns sinais de alerta. Por que alguém usaria essa prova para vender informação privilegiada? O valor do exame, que vem sendo construído para, enfim, nos dar referenciais de avaliação para a educação do País, está nisso, em aferir resultados e construir novos parâmetros para deliberar as políticas educacionais e em âmbito nacional. Uma nação é construída na escola e essa construção é missão de seu governo, não como mandato político vigente, mas da soma de um longo caminho construído de forma sistêmica. Não há como medir os maiores resultados que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) irá promover daqui a cinco anos, mas já é possível sentir seus efeitos. E não considero possível comprar esses resultados por preço algum. Cada um de nós que está envolvido com a Educação olha o exame nacional com deferência e respeito. E nos preocupa que o exame seja objeto de investigação, fraude, suborno, enfim, de aulas e temáticas que jamais daríamos aos nossos alunos, a não ser diante de relatos impressos nos nossos jornais. Nossas crianças e jovens já foram atingidos pelo impacto dessa notícia, e olhe o constrangimento nosso, de ter de explicar a eles o que está acontecendo e como devemos nos comportar diante disso. A cola, clássica forma não ética de transpor os desafios dos nossos alunos em sala de aula, inclusive, nem caberia bem no contexto que o ENEM está trazendo para formatar a educação. O pensamento integrado que buscamos construir em sala de aula não cabe em uma cola e não cabe em uma prova vazada, pois essa forma de prova exige raciocínio, visão ampla, entendimento global do nosso aluno. Uma construção de conduta, baseada no entendimento, na compreensão e na percepção intelectual de nossas crianças e jovens em formação, ao final, creio, nos trará também uma sociedade melhor construída de ética. O antídoto da cola sempre foi o saber, sempre foi o compromisso com o entendimento da lição, de que, diante da avaliação e julgamento aos quais o aluno se submete por meio da prova, sejam também estabelecidos por preceitos de verdade e compromisso. Essa relação é intrínseca e antítese à cola. Neste momento em que vemos essa notícia de tentativa de cola aplicada à prova do ENEM, é hora de analisarmos essa clássica idiossincrasia do estudante, e quem sabe, mostrar os valores e o caminho que finalmente irá debelar sua prática. Um país como o Brasil não precisa mais de cola, aliás, nenhum de nós precisa. Precisamos de homens de bem, que são construídos nas famílias e nas carteiras escolares. Essa lição do ENEM vai nos exigir uma elaboração do conceito de cola, fraude, enfim, de processos de construção de resultados que podem apresentar um valor imediato, mas que são fugazes e corrosivos, em relação à construção de uma nação verdadeiramente bem formada. A educação brasileira não precisaria desta aula. Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti Diretor-presidente Rede Salesiana de Escolas

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